LEI Complementar Nº 491, de 20 de janeiro de 2010.
ADI TJSC 5056930-70.2024.8.24.0000 – aguardando julgamento.
ADI TJSC 5056922-93.2024.8.24.0000 – o Egrégio Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina decidiu, por unanimidade, julgar procedente em parte a ação encartada nos autos n. 5056922-93.2024.8.24.0000 para dar interpretação conforme a Constituição e limitar a eficácia do texto disposto no § 1º, do art. 25, da Lei Complementar 491/2010 tão somente à suspensão (da conclusão) do processo de avaliação especial de desempenho no estágio probatório, ou ainda, suspendendo a contagem do prazo no período em que o servidor estiver cautelarmente afastado do efetivo exercício profissional em face de processo administrativo disciplinar, em decisão final pelo TJSC, ADI 5056922-93.2024.8.24.0000, transitada em julgado em 13/03/2025, publicada no Diário Oficial de 18/03/2025.
ADI TJSC 5033682-75.2024.8.24.0000 – o Egrégio Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina decidiu, por unanimidade, extinguir o processo n. 5033682-75.2024.8.24.0000, sem resolução do mérito por ilegitimidade ativa ad causam, em decisão final pelo TJSC, ADI 5033682-75.2024.8.24.0000, transitada em julgado em 13/03/2025, publicada no Diário Oficial de 20/03/2025.
ADI TJSC 5026654-56.2024.8.24.0000 – decisão monocrática: Parte dispositiva da decisão: “julgo extinto o feito, sem resolução de mérito, na forma do art. 485, inc. VI, do CPC.”, em decisão final pelo TJSC, ADI 5026654-56.2024.8.24.0000, transitada em julgado em 12/02/2025, publicada no Diário Oficial de 17/02/2025.
ADI TJSC 9122225-35.2014.8.24.0000 – por votação unânime, julgar procedente o pedido para declarar inconstitucional o art. 29 da Lei Complementar 605/2013 (este dispositivo altera o art. 8º da Lei Complementar 491/2010), com eficácia "ex tunc", em decisão final pelo TJSC, ADI 9122225-35.2014.8.24.0000, publicada no Diário da Justiça Eletrônico nº 2133, de 17/06/2015, transitada em julgado em 01/09/2015.
Cria o Estatuto Jurídico Disciplinar no âmbito da Administração Direta e Indireta do Estado de Santa Catarina.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA,
Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei
Complementar estabelece normas sobre procedimento administrativo disciplinar,
no âmbito da Administração Direta e Indireta do Estado de Santa Catarina,
visando a uniformização dos procedimentos processuais administrativos
disciplinares.
Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se a todos os servidores da administração direta e indireta incluindo-se os servidores em estágio probatório, com vínculo celetista e em cargo comissionado.
Art. 2º A Administração
Pública obedecerá, entre outros, os princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, impessoalidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, razoável duração do processo,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige.
Art. 3º A autoridade que
de qualquer modo tiver conhecimento de irregularidade no serviço público é
obrigada a promover sua apuração imediata, pelos procedimentos previstos nesta
Lei Complementar, assegurado ao acusado a ampla defesa.
§ 1º Caso a autoridade não
tenha competência legal para determinar a instauração de processo para a apuração do fato,
incumbe-lhe diligenciar, junto à autoridade própria, no sentido de que a
providência se verifique.
§ 2º Mediante solicitação
da autoridade referida no caput, a apuração dos fatos poderá ser
promovida por servidor de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha
ocorrido a irregularidade, mediante delegação de competência específica para
tal finalidade, no âmbito do respectivo Poder, Órgão ou Entidade, preservadas
as competências para o julgamento que se seguir à apuração.
§ 3º A autoridade competente determinará a expedição de portaria de constituição de
comissão que será previamente submetida ao respectivo órgão jurídico e, após, à
Procuradoria Geral do Estado, para análise relativa ao cumprimento dos
requisitos legais.
§ 4º Incorrerá a
autoridade em responsabilidade administrativa caso constatada a omissão no
cumprimento da obrigação das disposições deste artigo.
Art. 4º Ao ter ciência de
fatos noticiados que configuram ilícito administrativo e constatada a inexistência de
providências, é facultado à Procuradoria Geral do Estado determinar ao órgão onde ocorreram os fatos a abertura de sindicância ou processo administrativo.
Art. 5º A jurisdição
disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou
contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes.
Parágrafo único. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Art. 6º Caso o servidor
esteja respondendo a mais de um procedimento administrativo disciplinar, todos
deverão ter prosseguimento até o seu julgamento final, independentemente da
pena aplicada em cada um, inclusive em caso de demissão anterior.
Art. 7º A responsabilidade
administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que
negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 8º Não haverá
sobrestamento do processo administrativo disciplinar em virtude de ações na
esfera judicial contra o servidor acusado, salvo na hipótese de necessidade
declarada pela comissão, após prévia consulta à Procuradoria Geral do Estado.
Parágrafo único. Ocorrendo o sobrestamento do feito o prazo ficará interrompido até que seja resolvido o incidente.
CAPÍTULO II
DO AJUSTAMENTO DE CONDUTA ADMINISTRATIVO
Art. 9º A autoridade
poderá optar pelo ajustamento de conduta nas infrações puníveis com repreensão
verbal ou escrita, advertência ou suspensão de até 15 (quinze) dias, a ser
adotado como medida alternativa de procedimento disciplinar e de punição,
visando à reeducação do servidor, e este, ao firmar o termo de compromisso de
ajuste de conduta, deve estar ciente dos deveres e das proibições,
comprometendo-se, doravante, em observá-los no seu exercício funcional.
§1º Para a adoção do
instituto do ajustamento de conduta são competentes os Diretores, Gerentes e
Chefia imediata de modo geral.
§ 2º Em sindicâncias e
processos em curso, presentes os pressupostos, a respectiva comissão poderá
propor o ajustamento de conduta como medida alternativa à eventual aplicação da
pena.
Art. 10. Constituem requisitos para o ajustamento de conduta:
I - inexistência de dolo ou má-fé na conduta do servidor infrator;
II - inexistência de dano ao erário ou prejuízo às partes, ou uma vez verificado, ter sido prontamente reparado pelo servidor;
III - que o histórico funcional do servidor lhe abone a conduta precedente; e
IV - o servidor não poderá estar em estágio probatório.
Parágrafo único. Não se admitirá o ajustamento de conduta caso tenha sido o servidor beneficiado anteriormente, no prazo de 3 (três) anos, com a medida alternativa de procedimento disciplinar e de punição.
Art. 11. Exclusivamente para os fins do disposto no parágrafo único do artigo anterior, o termo de compromisso de ajuste de conduta deverá ser registrado nos assentamentos funcionais do servidor.
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO
Art. 12. Observar-se-á o procedimento sumário para a apuração e regularização das seguintes infrações disciplinares:
I - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
II - abandono de cargo; e
III - inassiduidade.
Art. 13. O procedimento sumário se desenvolverá nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por 2 (dois) servidores que deverão ser ocupantes de cargo efetivo e estável superior ou de mesmo nível da categoria funcional do acusado, preferencialmente, bacharéis em direito e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração;
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; e
III - julgamento.
§ 1º No caso de acumulação
ilegal de cargos, a indicação da autoria dar-se-á pelo nome e matrícula do
servidor e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções
públicas ilegalmente acumulados, bem como dos órgãos ou entidades de
vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente
regime jurídico.
§ 2º Na hipótese de
abandono de cargo, que se caracteriza pela ausência do servidor ao serviço por
período superior a 30 (trinta) dias consecutivos, a materialidade dar-se-á pela
indicação precisa desse lapso temporal.
§ 3º No caso de
inassiduidade, a materialidade dar-se-á pela ausência ao serviço sem justa causa,
por 60 (sessenta) dias intercalados, no período de 12 (doze) meses.
Art. 14. A comissão lavrará em até 5 (cinco) dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que tratam os parágrafos anteriores, bem como promoverá a citação do servidor acusado, para, no prazo de 10 (dez) dias, apresentar defesa técnica e juntar documentos, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, aplicando-se no que couber o disposto no art. 44.
Art. 15. Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre as supostas irregularidades, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.
§ 1º No prazo de 10 (dez)
dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a
sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 4º do art.
60.
§ 2º O prazo para a
conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não
excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
prorrogação, se as circunstâncias o exigirem.
§ 3º O procedimento
sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições
do Capítulo V desta Lei Complementar.
§ 4º Nas infrações previstas no art. 12, o servidor poderá
requerer a exoneração do cargo desde que antes do julgamento.
CAPÍTULO IV
DA SINDICÂNCIA
Art. 16. A sindicância é o meio de que se utiliza a Administração Pública para, sigilosa ou publicamente, com sindicados ou não, proceder à apuração de ocorrências anômalas, ocorrentes no serviço público.
Art. 17. A sindicância se divide nas seguintes espécies:
I - investigativa ou preparatória;
II - acusatória ou punitiva com penalidade de suspensão de até 30 (trinta) dias; e
III - patrimonial;
§ 1º A sindicância
investigativa será instaurada quando o fato ou a autoria não se mostrarem
evidentes ou não estiver suficientemente caracterizada a infração.
§ 2º Na portaria de
sindicância investigativa constará a identificação da autoridade instauradora e
dos membros que compõem a comissão, a denúncia ou descrição das eventuais
irregularidades ocorridas e o prazo para conclusão dos trabalhos.
§ 3º A sindicância
investigativa ou preparatória, será conduzida por um ou mais servidores efetivos e estáveis pertencentes
a categoria funcional compatível com o objeto da apuração.
§ 4º A sindicância
acusatória ou punitiva será conduzida por comissão composta por 2 (dois) ou
mais servidores ocupantes de cargo efetivo e estável, superior ou de mesmo
nível na categoria funcional do sindicado, preferencialmente, bacharéis em
direito.
§ 5º Na portaria de
sindicância acusatória ou punitiva constará a identificação da autoridade
instauradora, dos membros da comissão e dos prováveis servidores responsáveis,
que poderá ser na forma do disposto no parágrafo único do art. 37, o resumo
circunstanciado dos fatos irregulares e a capitulação legal, caso seja
possível.
Art. 18. Ao tomar conhecimento de fundada notícia ou de indícios de enriquecimento ilícito, inclusive evolução patrimonial incompatível com os recursos e disponibilidades do servidor público, a autoridade competente determinará a instauração de sindicância patrimonial, destinada à apuração dos fatos.
Parágrafo único. Na portaria de sindicância patrimonial constará a identificação da autoridade instauradora, dos membros da comissão, o resumo dos fatos objeto da investigação e prazo para conclusão dos trabalhos.
Art. 19. O procedimento da sindicância patrimonial será conduzido por comissão composta por 2 (dois) ou mais servidores, ocupantes de cargo efetivo e estável superior ou de mesmo nível da categoria funcional do sindicado, preferencialmente, bacharéis em direito.
§ 1º A sindicância
patrimonial constituir-se-á em procedimento sigiloso e meramente
investigatório, não tendo caráter punitivo.
§ 2º Concluídos os
trabalhos da sindicância patrimonial, a comissão responsável por sua condução
fará relatório sobre os fatos apurados, opinando pelo seu arquivamento ou, se
for o caso, por sua conversão em processo administrativo disciplinar.
Art. 20. Da sindicância poderá resultar:
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de repreensão verbal ou escrita, ou suspensão de até 30 (trinta) dias; e
III - instauração de processo disciplinar.
Art. 21. Na sindicância não há necessariamente defesa, salvo no caso de sindicância acusatória ou punitiva.
Art. 22. A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
Art. 23. Os autos de sindicância, como peça informativa, poderão integrar o processo disciplinar.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
Art. 24. O prazo para a conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior, observado o disposto no parágrafo único do art. 30.
CAPÍTULO V
DO PROCESSO DISCIPLINAR
Art. 25. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor estável, em estágio probatório, com vínculo celetista e em cargos comissionados, por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
§ 1º O período do estágio
probatório ficará suspenso com a instauração de qualquer procedimento
administrativo disciplinar.
§ 2º Sempre que o ilícito
praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais
de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposentadoria, disponibilidade e
destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo
disciplinar.
Art. 26. Verificando-se necessária a aplicação da penalidade, o processo disciplinar será instaurado independentemente de sindicância, quando houver confissão lógica ou forem evidentes a autoria e a materialidade da infração.
Art. 27. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 (três) servidores ocupantes de cargo efetivo e estável superior ou de mesmo nível na categoria funcional do acusado, preferencialmente, bacharéis em direito, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente.
Parágrafo único. A comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo, excepcionalmente, a indicação recair em um de seus membros.
Art. 28. A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.
§ 1º As reuniões da
comissão terão caráter reservado, sendo que as audiências serão públicas.
§ 2º A comissão, sempre
que necessário, dedicará todo o tempo ao processo disciplinar, ficando seus
membros e secretário, em tais casos, dispensados das atividades no órgão até a
entrega do relatório conclusivo.
§ 3º As reuniões da
comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.
Art. 29. Constatando-se que um dos membros da comissão está em licença médica ou em caso de afastamento de extrema necessidade, o presidente solicitará à autoridade instauradora a imediata substituição.
Parágrafo único. Os membros da comissão que derem motivo para a postergação ou não cumprimento de prazos serão responsabilizados administrativamente.
Art. 30. Todas as autoridades administrativas, civis ou militares, independentemente de grau hierárquico, assim como todos os funcionários, servidores e agentes públicos, dos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual direta e indireta, devem conferir prioridade ao atendimento das requisições das comissões de processo administrativo disciplinar.
§ 1º O atendimento às
requisições das comissões processantes deve ocorrer dentro do prazo máximo de 5
(cinco) dias, se outro prazo nelas não houver sido fixado, levando-se em conta
a preclusão dos atos processuais, assim como a natureza e o grau de
complexidade do objeto da requisição.
§ 2º As repartições
públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico conforme
disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do
que consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado.
§ 3º A inobservância do
disposto no § 1º constitui falta de exação no cumprimento de dever
funcional e, vindo em prejuízo do interesse público, importará em
responsabilidade administrativa, civil e penal.
Seção I
Art. 31. É impedido de atuar em processo administrativo como presidente ou membro da comissão, o servidor ou autoridade que:
I - esteja em estágio probatório ou exerça exclusivamente cargo em comissão;
II - tenha participado como perito, testemunha ou representante da parte;
III - seja cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
IV - tenha integrado comissão de sindicância da qual se originou o processo ou emitido parecer; e
V - esteja litigando judicialmente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 32. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato àquela competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 33. O interessado poderá arguir o impedimento de forma incidental em autos apartados e sem suspensão da causa.
Art. 34. O indeferimento do incidente de impedimento poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
Art. 35. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II - instrução;
III - defesa;
IV - relatório conclusivo; e
V - julgamento.
Da Instauração
Art. 36. O processo administrativo disciplinar será instaurado mediante a expedição da Portaria, que indicará:
I - a identificação funcional dos membros da comissão;
II - a identificação dos prováveis servidores responsáveis;
III - o resumo dos fatos; e
IV - a capitulação legal, caso seja possível.
Parágrafo único. Na portaria poderá constar a identificação do provável servidor responsável de forma abreviada.
Art. 37. A portaria poderá ser aditada, notificando-se o acusado e, caso já tenha ocorrido o interrogatório, deverá ser designado novo depoimento sobre os fatos apresentados na adição.
Parágrafo único. Na hipótese de conhecimento de infrações conexas supostamente cometidas pelo acusado que emergirem no decorrer dos trabalhos, estas serão apuradas no próprio processo disciplinar em andamento, independentemente de aditamento ou da edição de nova portaria.
Art. 38. Iniciar-se-ão os procedimentos processuais disciplinares no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação da Portaria no Diário Oficial do Estado e encerrar-se-á no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período, e em caso de força maior, por prazo determinado a critério da autoridade competente, não excedente a 60 (sessenta) dias.
Art. 39. A instalação é formalizada pela autuação da Portaria, e outros documentos que a instruírem, certidão ou cópia da ficha funcional do acusado, designação do dia, hora e local para a audiência inicial e citação do mesmo, para se ver processar e acompanhar, querendo, por si ou por seu procurador devidamente habilitado no processo, a instrução.
Parágrafo único. Constará do mandado de citação/notificação o nome completo e matrícula do servidor, a cópia da portaria instauradora do processo, o local, data e hora da primeira audiência, além do prazo para arrolar as testemunhas de defesa.
Art. 40. Quaisquer documentos, cuja juntada ao processo seja considerada necessária, deverão ser despachados, pelo presidente da comissão, com a expressão “junte-se aos autos” ou equivalente, seguida de data e assinatura, lavrando o secretário o competente termo de juntada.
Parágrafo único. A numeração das folhas nos diversos volumes do processo será contínua, contando-se, porém, não se numerando, a capa e a contracapa, contendo em cada volume termo de encerramento e termo de abertura.
Art. 41. A citação do acusado dar-se-á pessoalmente, por escrito, contra recibo e será acompanhada de cópia da portaria.
§ 1º No caso de se achar o acusado ausente do lugar onde
deveria ser encontrado, será citado por via postal, em carta registrada com
aviso de recebimento - AR, juntando-se ao processo o comprovante do registro e
do recebimento.
§ 2º O acusado que mudar
de residência fica obrigado a comunicar imediatamente à comissão o lugar onde
poderá ser encontrado.
Art. 42. Quando, por 3 (três) vezes, o membro da comissão processante houver procurado o acusado em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
§ 1º No dia e hora
designados, o membro da comissão comparecerá ao domicílio ou residência do
acusado, a fim de realizar a diligência.
§ 2º Se o acusado não
estiver presente, o membro da comissão procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a citação, ainda que o acusado se tenha ocultado.
§ 3º Da certidão de
ocorrência, o membro da comissão deixará contrafé com pessoa da família ou com
qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§ 4º Feita a citação com
hora certa, a comissão enviará ao acusado carta registrada com Aviso de
Recebimento - AR, dando-lhe de tudo ciência.
Art. 43. Achando-se o acusado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial do Estado, com prazo, nessa hipótese, de 15 (quinze) dias para defesa, a contar da última publicação do edital.
§ 1º Considerar-se-á revel
o acusado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
§ 2º Será designado um
servidor, de preferência bacharel em direito, como defensor do acusado, se não
atendida a citação por edital.
§ 3º A revelia será
declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.
Subseção II
Da Instrução
Art. 44. Na fase de instrução, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
Parágrafo único. É permitido o uso de prova emprestada, desde que respeitado o contraditório.
Art. 45. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§ 1º Compete ao advogado
que postular no processo administrativo disciplinar informar telefone de
contato, endereço eletrônico e profissional no qual receberá as intimações e
notificações, bem como comunicar à comissão processante qualquer mudança de
endereço.
§ 2º O presidente da
comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente
protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
Art. 46. Na instrução, proceder-se-á à inquirição das testemunhas arroladas pela comissão, interrogando-se, em seguida, o acusado, seguindo-se à inquirição das testemunhas arroladas pela defesa.
§ 1º Havendo denunciante, proceder-se-á à tomada de declarações do mesmo, ao interrogatório
do acusado, à inquirição das testemunhas arroladas pela comissão, nesta ordem,
procedendo-se, após, à inquirição das testemunhas arroladas pela defesa.
§ 2º No caso de mais de um
acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas
declarações sobre fatos ou circunstâncias, poderá ser promovida a acareação
entre eles.
§ 3º Incumbe ao acusado,
no prazo de 05 (cinco) dias a partir do seu interrogatório, apresentar o rol de
testemunhas, precisando-lhes o nome, profissão, telefone, residência e o local
de trabalho.
§ 4º Na instrução é lícito
ao acusado oferecer até 10 (dez) testemunhas, indicando 3 (três), no máximo,
para cada fato.
§ 5º Na hipótese da defesa
arrolar testemunhas em número excedente ao fixado no parágrafo anterior, a
comissão ouvirá somente as 10 (dez) primeiras constantes do rol oferecido.
§ 6º A comissão poderá
arrolar as testemunhas que achar necessário à elucidação dos fatos, bem como
proceder a mais de um interrogatório do acusado.
Art. 47. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do mesmo ser juntada aos autos.
§ 1º Se a testemunha for
servidor público, civil ou militar, a expedição do mandado será imediatamente
comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora
marcados para inquirição.
§ 2º O acusado pode
comprometer-se a levar à audiência a testemunha, independentemente de
intimação, presumindo-se, caso não compareça, que desistiu de ouvi-la.
§ 3º A intimação poderá
ser feita por outro meio, desde que atinja a finalidade.
Art. 48. Respeitado o limite
disposto no § 4º do art. 47, poderá o acusado durante a instrução,
substituir as testemunhas ou indicar outras no lugar das que não comparecerem,
desde que presente a substituta na audiência.
Art. 49. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. As testemunhas serão inquiridas separadamente, o mesmo ocorrendo com os interrogatórios, quando houver mais de um indiciado.
Art. 50. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor, salvo caso de proibição legal, nos termos do art. 207 do Código de Processo Penal.
§ 1º Quando a pessoa
estranha ao serviço público se recuse a depor perante a comissão, o presidente
solicitará à autoridade policial a providência cabível, se assim entender, a
fim de ser ouvida no departamento policial.
§ 2º Na hipótese do
parágrafo anterior, o presidente da comissão encaminhará à autoridade policial, as perguntas sobre o qual deverá ser ouvida a
testemunha.
§ 3º O procurador do
acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe,
porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
Art. 51. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial.
§ 1º O incidente de
sanidade mental será processado em auto apartado e apenso ao processo
principal, após a expedição do laudo pericial.
§ 2º O internamento do
acusado, bem como a licença para tratamento de saúde após o interrogatório não
suspende a tramitação do processo.
Art. 52. Havendo necessidade de prova pericial suspende-se o andamento do processo até a apresentação do laudo requerido.
Parágrafo único. Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito.
Art. 53. A fase instrutiva encerrar-se-á com Relatório de Instrução, no qual serão resumidos os fatos apurados, as provas produzidas e a convicção da Comissão Disciplinar sobre as mesmas, a identificação do acusado e das transgressões legais.
Subseção III
Da Defesa
Art. 54. Após o relatório de instrução, o acusado ou seu representante legal serão notificados para apresentar defesa técnica no prazo de 15 (quinze) dias, oportunidade em que poderá juntar documentos, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, ou fora dela exclusivamente a procurador que seja advogado, mediante carga, no decurso do prazo.
§ 1º Havendo 2 (dois) ou
mais acusados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.
§ 2º No caso de recusa do
acusado ou do seu representante legal em por o ciente na cópia da notificação,
o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo
membro da comissão que fez a notificação, com a assinatura de 2 (duas)
testemunhas.
§ 3º Na hipótese de não
apresentação de defesa técnica, o Presidente designará um defensor ad hoc.
Subseção IV
Do Relatório Conclusivo
Art. 55. Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.
§ 1º O relatório será
sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.
§ 2º Reconhecida a
responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou
regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Art. 56. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.
Subseção V
Do Julgamento
Art. 57. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
§ 1º Proferido o
julgamento serão notificados da decisão o servidor e seu defensor.
§ 2º Se a penalidade a ser
aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este será
encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
§ 3º Havendo mais de um
indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente
para a imposição da pena mais grave.
§ 4º O acusado, no processo
disciplinar, defende-se contra a imputação de fatos ilícitos, podendo a
autoridade administrativa adotar capitulação legal diversa da que lhes deu a
Comissão Processante, sem que implique cerceamento de defesa.
Art. 58. A extrapolação dos prazos previstos nesta Lei Complementar pela comissão ou pela autoridade julgadora não implica nulidade do processo.
Art. 59. Nos processos administrativos disciplinares em que a comissão processante sugerir a aplicação de quaisquer penalidades previstas em lei, a autoridade competente deverá previamente submetê-lo ao respectivo órgão jurídico para análise relativa ao cumprimento dos requisitos legais.
§ 1º Nas hipóteses em que
a comissão processante sugerir a aplicação das penalidades de demissão simples,
qualificada ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, após a
manifestação dos órgãos jurídicos prevista no caput, deverá o processo
administrativo disciplinar ser encaminhado à Procuradoria Geral do Estado para
análise relativa ao cumprimento dos requisitos legais.
§ 2º Após, o processo deve
ser restituído ao órgão de origem para encaminhamento pelo seu respectivo
titular ao Chefe do Poder Executivo.
§ 3º Fica vedado a
qualquer outro órgão emitir, no mesmo caso, manifestação divergente da
proferida pela Procuradoria Geral do Estado.
§ 4º Se a penalidade
prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a
aplicação da pena caberá à autoridade competente para nomear ou aposentar.
§ 5º A responsabilidade
administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que
negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 60. O julgamento a ser efetuado pela autoridade competente é dirigido pelo livre convencimento, a qual é facultado divergir das conclusões do relatório da comissão, podendo, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
Parágrafo único. Reconhecida pela comissão a inocência do servidor ou a inexistência do fato, a autoridade instauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo se entender de forma diversa, frente à prova dos autos, quando aplicará a penalidade cabível.
Art. 61. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo.
Parágrafo único. A autoridade julgadora que der causa à prescrição da ação disciplinar será responsabilizada administrativa e judicialmente.
Art. 62. Quando a infração estiver capitulada como crime será remetido cópia do processo disciplinar ao Ministério Público para, se for o entendimento, instaurar a ação penal competente.
Art. 63. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade eventualmente aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração quando não satisfeitas as condições do estágio probatório, o ato será convertido em demissão, se for o caso.
Seção III
Dos Recursos
Art. 64. São cabíveis os seguintes recursos:
I- pedido de reconsideração; e
II- recurso hierárquico.
Art. 65. A petição de recurso observará os seguintes requisitos:
I - será dirigida à autoridade com competência para decidir e protocolizada no órgão no qual tramita o processo principal, devendo neste ser juntada;
II - trará a indicação do número do processo, o nome, qualificação e endereço do recorrente;
III - conterá exposição, clara e completa, das razões da inconformidade; e
IV - conterá o pedido de reforma da decisão recorrida.
Art. 66. Os recursos serão recebidos no efeito meramente devolutivo, salvo se, a juízo da autoridade competente, for concedido efeito suspensivo.
Parágrafo único. Nas hipóteses em que a penalidade aplicada for de demissão simples, qualificada ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, após a manifestação do respectivo órgão jurídico sobre o recurso interposto, deverá o processo administrativo disciplinar ser encaminhado à Procuradoria-Geral do Estado para análise relativa ao cumprimento dos requisitos legais.
Art. 67. O pedido de reconsideração não poderá ser renovado.
Art. 68. O recurso hierárquico será dirigido à autoridade imediatamente superior àquela que julgou o processo.
Art. 69. Caberá recurso hierárquico:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; e
II - quando as circunstâncias demonstrarem a inadequação da penalidade aplicada.
Art. 70. O prazo para interposição de pedido de reconsideração é de 30 (trinta) dias, e do recurso hierárquico é de 60 (sessenta) dias, a contar da publicação ou da ciência da decisão recorrida pelo interessado ou defensor.
Art. 71. São peremptórios e improrrogáveis os prazos estabelecidos nesta seção, salvo motivo de força maior.
Art. 72. Ao decidir o pedido de reconsideração ou o recurso hierárquico, a autoridade poderá provê-los total ou parcialmente, motivando as razões de decidir.
Parágrafo único. Os pedidos de reconsideração e os recursos hierárquicos que forem providos darão lugar às retificações necessárias.
Seção IV
Da Revisão
Art. 73. Caberá revisão da decisão que puniu o servidor com demissão ou cassação de aposentadoria, quando:
I - se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido;
II - quando a decisão revista for contrária a texto expresso em lei ou à evidência de fatos novos, modificativos e extintivos da punição; e
III - na hipótese da decisão proferida se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos ou eivados de vícios insanáveis.
Parágrafo único. O ônus da prova caberá ao requerente.
Art. 74. O direito de propor a revisão se extingue em 2 (dois) anos, contados do fim do prazo para interposição do recurso hierárquico, observado o art. 70.
§ 1º Quando a revisão não
se fundar nos casos contidos no elenco do artigo anterior será indeferida,
desde logo, pela autoridade competente.
§ 2º A simples alegação de
injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer
elementos novos ainda não apreciados no processo.
§ 3º Nas hipóteses em que
a penalidade aplicada for de demissão simples, qualificada ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, após a manifestação do respectivo órgão jurídico
sobre o pedido de revisão interposto, deverá o processo administrativo
disciplinar ser encaminhado à Procuradoria Geral do Estado para análise
relativa ao cumprimento dos requisitos legais.
Art. 75. O processo originário acompanhará, obrigatoriamente, a petição da revisão.
CAPÍTULO VI
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 76. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influenciar na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do procedimento administrativo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º O afastamento poderá
ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda
que não concluído o processo.
§ 2º Deverá constar da
portaria de afastamento a determinação de que o servidor afastado ficará à
disposição do órgão ao qual é vinculado, bem como da Comissão Processante
durante o horário normal do expediente, em local certo e conhecido, a contar da
ciência do ato.
§ 3º O não atendimento
pelo servidor acusado à determinação disposta no parágrafo anterior configura
prática de nova irregularidade e impõe a instauração de novo procedimento
administrativo disciplinar.
§ 4º O não cumprimento
será informado ao setor de pessoal e os dias ausentes serão descontados.
§ 5º É facultado ao órgão,
dependendo da infração cometida, designar o servidor acusado para ter exercício em
outro setor até o término do procedimento administrativo disciplinar.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 77. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.
Art. 78. Serão assegurados transporte e diárias aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Art. 79. Deverá ser remetida, anualmente, à Procuradoria-Geral do Estado a relação de todos os procedimentos administrativos disciplinares pelos órgãos da administração direta e indireta.
Art. 80. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 81. Ficam revogados:
I - os arts. 153 ao 167 da Lei nº
6.745, de 28 de dezembro de 1985;
II - os arts. 227 ao 243 e 254 da
Lei nº 6.843, de 28 de julho de 1986;
III - os arts. 181 a 195 da Lei nº
6.844, de 29 de julho de 1986; e
IV - os arts. 56 ao 90 da Lei
Complementar nº 323, de 02 de março de 2006.
Florianópolis, 20 de janeiro de 2010.
Luiz Henrique da Silveira
Governador do Estado